Eu nunca tinha ido para um baile e ela sabia disso. Era a minha primeira vez com tudo, o smoking, os sapatos desconfortáveis e a expectativa de ver ela de salto e vestido. Me apaixonei por uma garota que usa moletons surrados e tênis velhos que um dia resolve me dizer que adora bailes. Ela ia debutar, com vestido branco, discurso e exibição de fotos em um clube refinado da cidade. Uma festa que prometia durar até o amanhecer e eu lá, quem nem se quer estava acostumado a ter mais de quinze reais no bolso velho da calça estava sentado na mesa esperando para que ela fosse anunciada. Tinha uma dúzia de garotas, algumas mais bonitas que ela reconheço, mas já estava ficando ansioso. A gravata era como uma mini forca.
Claro que ela tinha que entrar por último, e é claro que para mim foi a mais linda. Ela brilhava com tanta maquiagem, tanta purpurina e tanta luz e com um garoto muito mais bonito do que eu como o escort dela. E, não sei se era toda a situação medieval de expor as garotas que me trouxe isso, mas o sentimento pré-histórico de competição masculino veio. E sem saber se ela chegou a me ver vou embora, porque um sentimento recente de intimidação é mais forte.
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