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Mostrando postagens de junho, 2018

A nostalgia do que não li

 Uma criança linda se agarrava ao cachorro de pelúcia como se sua vida dependesse disso. Todos os seus movimentos eram em torno daquele braço direito que imitava uma asa com o boneco dentro. Sua mãe seguia, segurando-a pela touquinha do moletom que vestia com a mesma naturalidade de quem é levado por um cachorro travesso que avista um ciclista passando. Claro que com muito mais cuidado. Vejo Laura se envolvendo com aquele momento, deixando que toda a subjetividade daquilo tudo, com suas mil e uma metáforas fosse absorvida, e eu fiquei lá esperando a frase de efeito que quebraria o silêncio.  - É engraçado como cigarros são considerados vícios, mas essas obsessões infantis não.  - Crianças lá podem discernir o que é vício ou não?  - E uma garota de treze anos revoltada com a vida pode? É o mesmo tipo de critério completamente arbitrário que determina para quem a culpa vai durante um encontro, ou pior, abuso sexual. O tipo de dependência que aquele menino tem daquele cachorrinho é