- Sabe, mesmo que você realmente seja um idiota, mesmo que eu deveras me machuque. Isso nunca vai ser minha culpa. É um defeito seu se você me machucar, e uma qualidade minha eu pular de cabeça. Nunca pedirei desculpas por correr em direção o pôr do sol. Com um sorriso sereno, ela fala isso com toda simplicidade do mundo na mesa do bar, entendia que precisava dar essa certeza para as pessoas, a certeza de que ela compreendia que tudo era efêmero e que estava preparada para um coração partido. Antes fosse pose tudo isso, lhe facilitaria a vida. Se ela realmente pudesse se culpar, pudesse se fazer de mártir muitas de suas dores seriam justificadas. Mas não, ela tinha essa consciência de suas escolhas. Sabia diferenciar quando alguém lhe alimentava expectativas e quando ela criava elas mesmas. Tão atenta de si, mas tão atrapalhada. Oblíqua ao mundo a sua volta, nunca sabia quando estavam gostando dela e por isso nunca sabia quando magoava alguém. - Não, na realidade você foi bem cu