A bagunça era inacreditável, porém mostrava os passos, medi tudo aquilo com uma precisão fria antes de ser tomada pelo nojo. Entrou pela porta da cozinha, revirou minha gaveta de remédios; subiu para o meu quarto, abriu meu guarda-roupa e levou algumas calcinhas, foi no meu escritório e embora levou minha aliança. Nem se quer liguei para a polícia, só mandei as crianças passarem as férias com a vó, o que quer que ele quisesse ele teria. Me sentei no sofá pelo resto daquele dia, o uísque velho e a água de coco, as cartas estavam todas na minha bolsa esperando por ele. Assim como outras coisas. Dormi esperando ele, acordei com a bolsa revirada caída no chão e o pescoço úmido de saliva. Tinha uma rosa no sofá, em 3 anos de casamento ele nunca havia me dado flores, mas acho que nunca é tarde demais para re-começar. Arrumei a sala inteira, procurando por alguma espécie de carta ou bilhete. Algo que explicasse o objetivo dele, provavelmente não seriam os meninos; nunca vou entender como