A chuva caia nos seus ombros. Marisa olhou para cima e acendeu o cigarro. Abriu a jaqueta e arrumou os seios no decote. A periferia estava muito tranquila naquela noite. Em questão de minutos os magnatas chegariam e começariam a procurar por seus serviços. Mordeu os lábios e deu de ombros. Se orgulhava de ser a mais requisitada da região. Um Honda Accord parou na sua frente. Ela sorriu, ajeitou os cabelos lisos e loiros e se aproximou do carro. - Olá Marisa, quanto tempo. - Eu que o diga, senhor deputado. Como vai a sua esposa? Continua dormindo com o faxineiro? - Sempre que pode. Senti a sua falta, querida. - Querida?! Carlos, você me paga para te dar calor e conforto, não carinho. - O carinho vem de graça. Ela olhou para baixo e respirou fundo. Não podia se permitir a se apaixonar por aquele homem. - O preço aumentou. São setecentos e cinquenta agora. - Ainda acho que você cobra pouco por tudo que me oferece, querida. - Pena que você não é o único cliente. - Entr