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Mostrando postagens de julho, 2012

Entre Scorsese e Tarantino

 - Uma bala na cabeça? Sério isso?  - Aham. - Consenti, tomando mais um gole de suco.  - De todas as maneiras que se tem para morrer; veneno, afogamento, eletrocutada, no sono, você vai realmente escolher algo tão clichê e prevísivel quanto uma bala na cabeça? Ok então...  - Me fale a sua morte; que depois eu defenderei a minha.  - Fácil, overdose.  Ri, incrédula. E ele me chama de clichê, viu Pulp Fiction uma vez na vida e se acha o foda agora. Quem sou eu pra julgar?  - Qual o problema? - Ele perguntou, se irritando.  - Por que overdose?  - Para poder ir a loucura, poder fazer, usar, dizer tudo o que eu quero e que a sociedade proíbe. Imagine a cena. - Ele vira o copo. - Você está lá, completamente chapada, rindo, pirando em todos os sentidos da palavra. É um show de fadas, alegria, glitter e unicórnios.  - Unicórnios? - Eu o interrompo, segurando o riso.  - Exatamente, unicórnios. Enfim, e você está lá, completamente aérea, eufórica, em êxtase... e do nada PAM! Ou melhor,

WW2. parte 3

Rita estava chorando, nua, sob o inverno gélido de Auschwitz, na polônia. Ela tremia, chorava e estava sangrando, sua voz era um sussurro inaudível, mas Aleksandra conseguiu ler seus lábios, e seu pedido desesperado. Ela pegou uma garrafa quebrada, debruçou-se sobre a amiga e beijou-a. Não disse nenhuma palavra, somente olhou para ela e enfiou a garrafa em sua garganta. Ela havia finalmente dado o ato de misericórdia que ela tanto desejava para si mesma. Por um momento, ela não ligou para o que aconteceria com ela em seguida, ela simplesmente fechou os olhos e pela primeira vez desde que chegara àquele campo, ela teve lágrimas de felicidade, as mesmas lágrimas que ela teve quando descobriu que estava grávida, as mesmas lágrimas que ela teve quando se ingressou no partido comunista, e as mesmas lágrimas que teve quando descobriu que seu marido estava a salvo. Ela finalmente, havia dado à sua melhor amiga o fim que ela merecia, uma morte limpa, bela, um ato de misericórdia.  

WW2 parte 2

        Ela reencontrou as suas companheiras pela primeira vez no mês, foi com certa frieza que ela as cumprimentou ainda se sentia afetada pela tortura. Ela tinha vontade de chorar, de gritar, de morrer; porém ela somente demonstrava a distância como um sinal claro.             No momento em que ela recebeu a sua lista de tarefas, havia algo diferente. Normalmente ela ficava na área de minérios; porém hoje, ela iria separar o lixo. Não que ela reclamasse, o cheiro era horrível, porém compensava o esforço. Ela sorriu ao reparar que Rita estava no mesmo grupo que ela. Porém, também não deixou de se preocupar, os soldados haviam deixado bem claro que as coisas iriam piorar para ela. Outra lágrima brotou em seu rosto com a lembrança.  - Respire fundo Sandriña, venha, somos somente nós duas nesse espaço.             Aleksandra sabia o que ela queria dizer com isso, eram somente elas por um quilometro quadrado. Somente elas e os militares, mas eles já estavam tão presentes na vida delas qu

WW2 parte 1

             Ela respirou fundo, fechou os seus olhos e contou até dez, bem devagar. Então percebeu que não era o suficiente para amenizar a dor. No momento em que parou, o guarda que estava de escolta, empurrou-a para cela.             Aleksandra caiu brutalmente no chão. Tossiu e viu que tinha sangue em sua saliva, não estava surpresa com isso, devido ao que havia passado. Olhou para trás e viu aquele oficial, pela ultima vez. Era o que esperava, pelo menos. Encarou os olhos daquele homem e não piscou nem se quer uma vez até ele sair; porém no momento que ele o fez, ela desabou em lágrimas; engasgava-se por elas a saliva e o sangue. Nem reparou que havia acordado a sua colega de quarto.  - Sandra?! É você?! - Disse Ana Rita, com seu sotaque latino - Oh, Sandriña, pensei que você estivesse morta. - Rita chorava de alegria, havia sentido a falta de sua companheira com sua vida, e temia pela vida dela, fora um alivio ver que ele foi em vão.  - Rita... - Ela sussurrava, uma voz débil sa

Crônicas Anônimas. parte 2

Acordou com a mesma dor de cabeça de sempre. Não sabia o que era aquilo, mas já lhe artomentava fazia alguns meses. Não era ressaca. Não gostava de beber. O sabor era ruim. E se fosse pela sensação, era somente cheirar uma carreira que era melhor. Colocou uma regata larga de seu ex-namorado, calça de couro, rasteira e uma jaqueta jeans qualquer. Andou sonolenta até o espelho e se maquiou e deu uma escovada nos cabelos. Não conseguia se concentrar em nada,a dor de cabeça tava pior que nunca. Pegou o celular e ligou para Sílvia, pedindo uma carona. Foi até a portaria do prédio esperar pela amiga. Acendeu um cigarro e sentou no meio-fio. Uma angústia tomou conta de seu peito, seu coração acelerou, e a respiração ficou fora de compasso. Segurou o choro, porém deixou uma lágrima silenciosa cair. Não a viriam chorar de novo. Tomou três analgésicos e retocou o gloss. "Que eu morra hoje, que eu morra hoje, que eu morra hoje" ela torcia, porém, ao ver que o Fusca da amiga estava na su

Orgulho

Leio seus textos e rio, é algo meio debochado o que eu sinto. Mas também uma espécie de admiração. Eu sei que você me falaria tudo isso na cara, sem nem hesitar, mas não o faz. Você admite que me quer por perto, mas não admite que sente saudades. Eu sei que você sente algo, assim como você sabe como me divertir. Eu sei que... Os silêncios com você são os melhores. Eu sei que adoro os nossos códigos, que qualquer um com o mínimo de gosto entenderia. Mas eu sei que, você me desafiou publicamente, eu sei que... Você começou um jogo sem entender. É agora ou nunca. Apelou para o meu orgulho. Não sei se estou nessa porque gosto de você, ou porque não sou uma covarde. Mas eu sei com certeza de que, nenhum "eu te amo" sairá dos meus lábios.

Afeto

A vontade de ligar fala mais alto que a sanidade. Coloco meu celular do lado enquanto olho para a televisão.    Breakfast on Tiffany's. Mudo de canal, pois esse filme me lembra a você. A atitude de Hepburn, a classe do filme em si. Bah, pasmaceira de sempre. Em outro canal, passa Pulp Fiction. Pior ainda. Não suporto mais silêncios depois de você. Mudo de novo. The Departed. Seu favorito. Mais uma vez. TaxiDriver. Nosso favorito. Porra, qual foi a última vez que passou tanto filme bom seguido? Desisto e acabo te ligando. Sinto a tristeza, a decepção em sua voz. Me pergunto se fui eu quem causou isso. Mas sei que não, você não precisa de mim para se machucar.

Tequila pura

 - E então, quem é ela?  - Não me lembro de isso ser da sua conta. - Respondi, tragando o cigarro.  - Foda-se se é ou não, quero saber quem é ela.  Ri, me deliciando com a expressão dela. Seu sorriso que sempre fora sarcástico e orgulhoso, tinha sido substituído por uma expressão de raiva e aparente ciúmes. Cacete, ela era linda com ciúmes.  - Cuidado para não quebrar o copo querida.  E então ela virou a dose de tequila, pura. Era sempre assim. Enquanto eu pedia uma taça de vinho, ela pedia duas doses de vodka. Quando eu pedia vodka, ela tomava tequila com limão. Quando eu tomava tequila, ela tomava absinto. Porém naquela noite, eu tomava somente uma cerveja preta.  - Eu acho que tenho o direito de saber por quem você está me trocando, não é?  - Faz diferença Mon Chér? Eu estou te abandonando finalmente, após tantas traições e tantos beijos. Finalmente assumi coragem para largar o meu maior vício. Sempre te venerei, porém você nunca olhou para isso. E como posso estar te trocand

Carinho

Cada momento que passa, a minha curiosidade aumenta. O carinho, não sei. Mas o medo, com certeza acompanha a intriga que tu causa com meus sentimentos. Não devo me importar. Não devo me envolver. Não devo pensar em você. Não devo sentir saudades. Mas quem sou eu para mandar em mim mesma? Pois é... Não quero me machucar de novo, é isso somente o que me impede? Não... Deve haver algo mais... Orgulho? Uma promessa que fiz a mim mesma? Talvez... É uma insegurança estranha que me ocupa, porém, cada vez que esse sentimento ocupa a minha mente, ele nunca toma o lugar da vontade de te ver de novo. 

Rotina perto de ti

É uma droga. Pensar em você, ficar naquela breve ansiedade sobre o que vai acontecer. Querer te agradar, mesmo que seja inconscientemente, querer te agradar é uma droga. Não vou me esforçar... É isso que eu tenho que mostrar pelo menos. Não posso exagerar no perfume, nem na maquiagem, tenho que usar uma roupa adequada... AH! Quanto estresse para somente um encontro. E ainda nem comentei do meu cabelo. Mas a questão é se isso tudo valerá a pena no momento em que você me ver. Não, provavelmente não. Mas gosto de pensar que sim.

Crônicas Anônimas. Parte 1

Ela reclamava sempre de ser incompreendida, sempre ignorava qualquer um que se aproximava, ao trocar o primeiro beijo com alguém, ela já pensava na desculpa em que daria para não vê-lo (la) mais. Se sentava na varanda de sua casa e fumava na frente de seus pais. O mesmo sorriso debocheiro e sarcástico de sempre tomava lugar em seu rosto. Não importa o tanto que seus olhos castanhos grandes, seus cabelos negros e longos fossem sedutores e maravilhosos. Todos sabiam que ela era horrível. Ela mesma estava ciente disso, mais que todos até. "Onde erramos?" ela ouvia sua mãe chorar para seu pai, os sussurros desesperados e os soluços quase ináudiveis, que somente o marido conseguia ouvir, mas que sua filha sabia que ela soltava, pois ela conhecia muito bem a sua progenitora. "Não foram vocês mamãe, sou eu a quebrada. Sempre fui. Não sei como me consertar, por favor me ajudem. Eu amo vocês. Quero ficar bem. Quero lhes deixar bem. Por favor me perdoem por tudo que lhes causei

uma introdução. ou não.

Porque as vezes precisamos de alguma coisa para liberar, não é isso? Um lugar para publicar todos os sentimentos, e fingirmos que não queremos que ninguém leia, quando na realidade, a fama é o sonho de todos. Pensamento mais contra-ditório e cliched. Mas não menos verdadeiro por causa disso. Eu deveria falar que "não espero que gostem" sendo na realidade, que o que quero é agradar o público. Ou quase isso. Enfim, estou sendo ligeiramente vagal aqui, afinal, sou uma adolescente de quartorze anos. Não esperem nada além de divagações