Ela já o esperava, recostada na parede lendo um pocket book, não estava maquiada, mas possuía o cabelo penteado e a boca semicerrada, os hábitos haviam mudado. Nem se deu ao luxo de fingir surpresa, felicidade ou sequer desprezo quando ele passa pela porta, um sorriso educado e sincero o recolhe.
O isqueiro na mão e um maço de cigarros que ela gosta, assim que ele a cumprimenta, com um olhar oferecendo a nicotina.
Ela sorri de novo.
- Não fumo mais querido.
- Mentira. Você sempre volta.
- Não dessa vez. Troquei um vício por outro.
Se perguntou por dois segundos o que era, mas a resposta correta e óbvia era açúcar. Se ele percebesse como ao longo das duas horas que se passaram a maneira em como ela sempre mastigava ou uma bala ou um pedaço de bolo teria se tocado, mas ninguém estava afim de brincar de detetive.
Por algumas vezes ela teve a sensação de que ele ia beijar, por outras ele achou que devia fazê-lo, mas ninguém comentou nada. Ela contou suas viagens, ele as vantagens que ele tinha. E não chegaram a se despedir ou contar as verdades que deveriam ser ditas, ao mesmo tempo que não mentiram. Só perceberam as sutilezas que cada um deixou no outro.
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