O Terno branco com o chapéu combinando era um uniforme perfeito. Uma gravata que um dia era vermelha e no outro, virada do avesso, preta. O companheiro do bar tudo via tudo ouvia.
- É natural, alguma hora cura. - Ele sorri para a garotinha chorosa enquanto não pede identidade pelo cigarro e a bebida, a conta é paga na cama dele.
Quem entra chorando baixo sai aos prantos do boteco. Os homens riem e parabenizam, as garotas se agoniam e suspiram porque não tinha como resistir aos sorriso branco com gosto de bala.
Dançava com todas e toda noite escolhia uma para casa, desvirginava menininhas inocentes e não ia para igreja, porém jurava que seu lugar era no céu ou como um fantasma num cemitério na pior das hipóteses. Mentia o nome e dava o número errado para não apanhar de pai emputecido, jurava que o filho não era dele e ia pra praia de carona. Cheirava cocaína com os amigos sem pagar por nada, ganhava o dinheiro no truco e nos dados.
O mundo dele estacionou no final do século XX, Jeremias não ia pro computador e dirigia carros antigos, eram mais baratos. Antes fosse por opção.
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