O suspiro saudoso é disfarçado pelo jazz tocando na sala, não que tivesse alguém lá para ouvir, era apenas difícil assumir; o robe de seda e a calcinha de cintura alta do mesmo material eram o vestuário da noite, junto com a taça de vinho. Se apoiava na sacada durante aquela sexta-feira crepuscular no centro, qualquer um podia ver, muitos viram. O vulto da mulher triste; seios cobertos até a metade, uma lágrima buscando repouso em seu rosto. E a taça quase se quebrando na mão dela. Podia sair, encontrar alguém para transformar a sua noite um pouco menos solitária; mas sabia que não funcionaria. Uma transa de vingança não te faz esquecer o que o álcool não cura.
E após três dias sumidas no colégio, você só a vê te encarando na chuva e com lágrimas no rosto. Mal percebe que é somente ilusão de ótica da chuva.
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