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Clarisse

 Todos encaram, rindo nas costas e falando coisas maldosas. Todos os dias ela finge não escutar, ou achar graça. Encolhida no banheiro de sua casa somente pensa no que poderia fazer, o que seria mais simples e percebe que não seria justo se matar. A vida era dela e não dos outros para opinar.
 De manhã acordava, pensando em falar algo. Em mudar. Ficava quieta enquanto os velhos nojentos se esfregavam nela no ônibus, ou faziam piadas sobre seu corpo. Dias vêm, dias vão. E ela e os seus vários arranhões, esperando a rotina acabar. 

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