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Sonhos de uma tarde de inverno (ou imitação barata de Shakespeare)

 Ela sorria ao se sentir abraçada, fechava os olhos e suspirava ao ver que ele estava lá, assim como em questão de segundos perdia toda a emoção facial ao ver que estava abandonada. De novo. Todo um algorítimo programado de como funcionavam as coisas, se beijavam, sorriam, diziam que se amavam, ela passava a tarde na casa (cama) dele e ia embora sozinha ao pôr-do-sol, no começo ele até ligava e lhe desejava o melhor, mas aos poucos isso se fragmentou em lembranças da moça insegura.
 Todas as festas que ia com ele, se arrumava, perfumava e vestia o decote com a saia brilhante; salto nos pés e brilho no olhar, como era uma situação rara, ele se estonteava. Controlava a mão apenas na cintura e sorria ao vê-la. E outros prestavam atenção nela, se ele percebia eram outros quinhentos.
 Ria e dançava, devagar se esvanecia dele. Ia conversar. Outros falavam com ela, notavam a troca da calça jeans velha pela maquiagem, o cabelo sempre trançado longo e solto. E ela ria com a atenção e o deleite.
 Toda história de amor tem um vilão, nesse caso o ciúmes. É tirada para dançar por outro, que sempre estava lá para ela e a escutando é claro. Dançam, riem, ela deita no peito do rapaz. O namorado volta para tê-la de volta. Não consegue. Ela vai embora com a mesma facilidade que ele a deixou ir.

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