Meus únicos quinze minutos sozinha. Queria poder falar que senti como se tivesse passado horas, mas é mentira. Senti somente quinze minutos mesmo. Me sentei no cais enquanto a maré baixava, devia de estar uns dez metros acima do nível do mar. O cheiro de mar não é forte, o oceano é cinza enquanto o céu é nublado. Me contaram que as vezes a temperatura nas águas chega a quatro graus negativos.
Penduro os meus pés descalços de meia calça e deito o corpo no piso de madeira, resistente, nem balançava com as ondas, porém eu me gelava com os poucos (mas não tão poucos assim) respingos de mar. Em cerca de três minutos me acostumo e a mente se acalma e começa a vagar. O ano que se foi, os que se vem, as pessoas por quem me apaixonei, o garoto que amei e um sorriso vem na cara, e me pergunto todas as grandes perguntas, mas não espero a resposta de nenhuma delas, posso ser ingênua, mas não tanto assim.
Volto para o carro e lá caio no sono, tenho um sonho bom e relativamente revelador, porém me esqueci dele quando acordei.
Comentários
Postar um comentário