- Você voltou de vez dessa vez?
- Para a cidade sim.
Os cabelos que antes eram longos e ondulados, depois viraram curtos agora estavam na altura do sutiã dela e lisos como cabelo de orientais. A pele continuava dourada e aquelas coxas ainda se cruzavam e descruzavam como um convite de satã. Voltou a usar maquiagem e a passar perfume caro nos seios.
Ela não sugeriu nada dessa vez, eu somente acendi o cigarro dela em silêncio e baforei enquanto ela inclinava a cabeça para a chama alcançar o tudo de nicotina e descaradamente encara a ereção em minhas pernas, satisfeita.
Jim Morrison canta no fundo do bar.
- Quem é o dono desse lugar? - Ela analisa tudo com um interesse perfeitamente fingido.
- Um gato chamado Tom.
E ela se transforma na felina, se inclina para mim me exibindo o decote e mostrando a bunda para quem quisesse ver. Se aproxima o suficiente para eu sentir o calor da pele dela, sinto o hálito de canela e o perfume. A ereção queima. E ela me pega desprevenido.
Ela sorri e relaxa a postura, pegando na minha mão como se fossemos namorados. Nunca namoramos. A pedi em casamento, transamos algumas vezes, mas nunca fomos namorado e namorada. Ela não era o tipo de garota que se contentava com um cara só e eu não era o tipo de cara que conseguia ficar quieto quando se apaixonava.
As bebidas chegam, a minha cerveja e a tequila dela. Sempre bebia a bebida mais forte da mesa. Com a exceção de uma ocasião.
- Sua mãe sabe que você trata garotos como brinquedinhos?
- Ah querido, você já é um homem. Pode parar de brincar quando quiser.
- Ela provavelmente não sabe desse vestido.
- E nem do que acontece quando eu tiro ele.
Depois de alguns meses, eu me permito. Na mesa alta do bar eu a beijo e naquele mesmo banheiro deixo ela me possuir, afinal eu sabia que não seria eu que ganharia algo naquela noite. Ressaca não apaga mais as minhas memórias.
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