Nem andar direito o fazia. Um pé para direita. O outro ia para a direita junto. Não conseguia se manter no meio-fio. A franja cortada por ela mesma, ficava torta sobre os olhos; o quê fazia que ela a tirasse de cinco em cinco segundos. A sandália quase arrebentando e os cabelos tão emaranhados que somente um banho iria tirá-los.
Não passava de 90 cm de altura, e se sentia a maior mulher do mundo; quem sabe ela fosse.
Um vestido manchado era só o que ela usava. Todos os dias ter que lavá-lo. Tinha o travesseiro dela, e a mamadeira. Não entreguei para ela naquela noite. Tomou seu leite com chocolate em um copo. E então seus olhos, sob a franja, caíram. Uma lágrima brotou. Mas ela não a deixou cair. Tomou todo o leite e me agradeceu. Falou que estava bom. Se deitou sob o colchão. Então, ajeitei sua cabeça no travesseiro. Ninguém precisa crescer tudo de uma vez.
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