O cabelo rubro brilhante. A boca comprida e carnuda. Os olhos para baixo. Ela nunca olhava para trás quando passava por aquele bairro. Aquelas ruas. Tinha medo de olhar para trás. Tinha medo do escuro. E tinha motivos para isso, afinal, qual criatura racional não o temeria?
"Se eu pular, será que morro?" pensava o garoto enquanto atravessava o viaduto.
Um viaduto longo, dois quilômetros de comprimento. Mas nunca deu a volta.
Sempre gostou de pontes. O frio na barriga de olhar para baixo,
a falta de vontade de chegar em casa. Tudo isso moldado pelo rapaz
que foi criado em prédios com piscina.
Foi uma longa caminhada, mas já estava acostumada com o salto. Sua calça jeans rasgada deixava o vento frio da madrugada entrar em suas pernas. O sobretudo já não era mais o suficiente para mantê-la aquecida às 3 horas da manhã. Não é um pedaço de lã que irá aquece-lá. Não depois dele.
Sem nenhum motivo, não foi para casa.
Deu meia volta e foi até o centro da cidade.
Comprou a sua primeira garrafa de vodca e uma boina, então
pôs-se a andar pelas ruelas decadentes.
A primeira lágrima da noite brotou nos olhos da moça. Ela não os levantou, só sentiu o ardor do rímel entrando em sua íris. Só percebeu o quão longe tinha andado até chegar na frente de uma loja. Lá na loja, viu um manequim. Com uma camisa xadrez.
No meio de divagações, ele encontrou um sebo.
Uma camisa que ela nunca tinha visto. Mas ao olhar o tecido de flanela, pôs-se a chorar. Sentiu um cheiro conhecido de Pinho. Um cheiro que nunca havia sentido. Mas que amava. Só sabia disso.
Entrou na loja, e pediu para ser encantado.
Olhou para cima, e se lembrou do garoto que nunca conheceu, o que ela sempre esperou. E por um motivo, a inspiração de seus poemas. O menino que amava.
E a única coisa que lhe chamou atenção, foi um livro velho.
Não tinha mais dinheiro, então deu sua blusa para o dono do sebo.
O homem simples teria mais uso dela que ele. Se sentou no ônibus e viu a capa do livro.
E somente sentiu pena e carinho da garota ruiva que chorava na capa.
"Se eu pular, será que morro?" pensava o garoto enquanto atravessava o viaduto.
Um viaduto longo, dois quilômetros de comprimento. Mas nunca deu a volta.
Sempre gostou de pontes. O frio na barriga de olhar para baixo,
a falta de vontade de chegar em casa. Tudo isso moldado pelo rapaz
que foi criado em prédios com piscina.
Foi uma longa caminhada, mas já estava acostumada com o salto. Sua calça jeans rasgada deixava o vento frio da madrugada entrar em suas pernas. O sobretudo já não era mais o suficiente para mantê-la aquecida às 3 horas da manhã. Não é um pedaço de lã que irá aquece-lá. Não depois dele.
Sem nenhum motivo, não foi para casa.
Deu meia volta e foi até o centro da cidade.
Comprou a sua primeira garrafa de vodca e uma boina, então
pôs-se a andar pelas ruelas decadentes.
A primeira lágrima da noite brotou nos olhos da moça. Ela não os levantou, só sentiu o ardor do rímel entrando em sua íris. Só percebeu o quão longe tinha andado até chegar na frente de uma loja. Lá na loja, viu um manequim. Com uma camisa xadrez.
No meio de divagações, ele encontrou um sebo.
Uma camisa que ela nunca tinha visto. Mas ao olhar o tecido de flanela, pôs-se a chorar. Sentiu um cheiro conhecido de Pinho. Um cheiro que nunca havia sentido. Mas que amava. Só sabia disso.
Entrou na loja, e pediu para ser encantado.
Olhou para cima, e se lembrou do garoto que nunca conheceu, o que ela sempre esperou. E por um motivo, a inspiração de seus poemas. O menino que amava.
E a única coisa que lhe chamou atenção, foi um livro velho.
Não tinha mais dinheiro, então deu sua blusa para o dono do sebo.
O homem simples teria mais uso dela que ele. Se sentou no ônibus e viu a capa do livro.
E somente sentiu pena e carinho da garota ruiva que chorava na capa.
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