Todos os dias passava na frente da casa rosa. Todos os dias, estava vazia, sem um rastro de uma alma viva, porém todas as noites, estava viva. Um estacionamento do lado, abria as 5 e fechava a uma. Todos os dias. Advogados, empregados, carros caros. Paravam na rua.
Ninguém sabia o que ela aquela casa. De noite cheia. Porém, nunca ninguém viu alguém entrando, saindo, ou dentro.
Claro, que havia muitos bares na rua. Botecos sofisticados, rústicos. O ponto alto da noite da boemia rica e cult da cidade, tudo concentrado naquele bairro. Pessoas amontoadas na calçada, fumando e rindo. Comendo espetinho e bebendo cervejas importadas. Mas nunca tinha ninguém na casa rosa de madeira.
Mas, aquilo era um bordel.
Nunca tinha ninguém. Nunca abria de dia. Nunca se via um vulto dentro dela.
Porém, aquela casa, servia aos altos homens da sociedade, eles se alimentavam no bar e lá se deliciavam. Os moradores da rua da frente, sabiam. Nunca viram nada, mas sabiam. Nunca ouviram nada, mas sabiam. Afinal, quem vai querer quebrar a única fofoca do bairro que não diz a respeito de sua vida?
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