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Entre o brilho dos holofotes e o medo da perdição.

Assopra a fumaça do cigarro e respira fundo o ar com cheiro de nicotina.
 - Vamos lá.
 E entrou no palco, com a maquiagem borrada e o collant justo. Subiu no trapézio e se equilibrou. Primeiro de pé, depois enroscou a perna e caiu, ficando pendurada nela. Curvou-se e o público aplaudiu. Ficou de pé, sem as mãos. Apenas balançando naquele cenário pendurada. Entre a vida e a morte. O limiar entre a arte e a loucura. E caiu.
 Por dez metros ela caiu, porém, no décimo primeiro, ela se segurou na faixa de tecido, e em questão de segundos, enrolou seu pé nela e suas madeixas caíram, transformando-a numa obra de arte. 

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