Rita estava chorando, nua, sob o inverno gélido de Auschwitz, na polônia. Ela tremia, chorava e estava sangrando, sua voz era um sussurro inaudível, mas Aleksandra conseguiu ler seus lábios, e seu pedido desesperado.
Ela pegou uma garrafa quebrada, debruçou-se sobre a amiga e beijou-a. Não disse nenhuma palavra, somente olhou para ela e enfiou a garrafa em sua garganta. Ela havia finalmente dado o ato de misericórdia que ela tanto desejava para si mesma. Por um momento, ela não ligou para o que aconteceria com ela em seguida, ela simplesmente fechou os olhos e pela primeira vez desde que chegara àquele campo, ela teve lágrimas de felicidade, as mesmas lágrimas que ela teve quando descobriu que estava grávida, as mesmas lágrimas que ela teve quando se ingressou no partido comunista, e as mesmas lágrimas que teve quando descobriu que seu marido estava a salvo. Ela finalmente, havia dado à sua melhor amiga o fim que ela merecia, uma morte limpa, bela, um ato de misericórdia.
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