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WW2 parte 2


        Ela reencontrou as suas companheiras pela primeira vez no mês, foi com certa frieza que ela as cumprimentou ainda se sentia afetada pela tortura. Ela tinha vontade de chorar, de gritar, de morrer; porém ela somente demonstrava a distância como um sinal claro.            No momento em que ela recebeu a sua lista de tarefas, havia algo diferente. Normalmente ela ficava na área de minérios; porém hoje, ela iria separar o lixo. Não que ela reclamasse, o cheiro era horrível, porém compensava o esforço. Ela sorriu ao reparar que Rita estava no mesmo grupo que ela. Porém, também não deixou de se preocupar, os soldados haviam deixado bem claro que as coisas iriam piorar para ela. Outra lágrima brotou em seu rosto com a lembrança. - Respire fundo Sandriña, venha, somos somente nós duas nesse espaço.            Aleksandra sabia o que ela queria dizer com isso, eram somente elas por um quilometro quadrado. Somente elas e os militares, mas eles já estavam tão presentes na vida delas que elas já haviam se acostumado.Rita chorava por dentro pela sua amiga. Ela se lembrava nitidamente de seus momentos sob tortura, foram três dias, um décimo do que Aleksandra havia passado, ela sabia que não podia comparar, mas todas as noites ela chorava, Aleksandra a apoiava sempre, mas agora que ela havia passado por pior, ela não sabia se Aleksandra pensaria que ela é fraca, ou o que. Ela encarou a cicatriz em seu colo mais uma vez, passou a mão por cima dela, como se ela pudesse apagá-la; apesar de ser impossível.No momento em que elas se aproximaram da parte leste do lixo, os guardas as obrigaram a ir para o lado norte, lixo residual do “hospital”, como chamavam. No momento em que o fizeram, um dos guardas riu sádico de Aleksandra, que por sua vez, gelou. Era um dos bastardos que a haviam estuprado. Nesse momento, Aleksandra teve vontade de chorar e sair correndo, cada lembrança, cada ferimento, cada momento de mais pura angústia e sofrimento, porém ela não demonstrou nada disso, simplesmente ergueu a postura, respirou fundo e engoliu as lágrimas; quem quer que a visse de longe, pensaria que ela era alguma espécie de duquesa, pela classe com a qual ela se locomovia. Mas nem de milhas de distância isso era o que ela sentia. Quando ela passou por ele, ele riu mais alto, como se estivesse preparando algo, o que a deixou extremamente preocupada. Mas, para variar, ela agiu como se ele fosse escória, o que ele realmente era.  - Partes humanas, são consideradas como lixo orgânico, ou parte de animais, que são as espécies de vocês. – Outro soldado disse e riu como se fosse a melhor piada de décadas, algo que somente enojou Aleksandra e quase fez com que Rita passasse mal            Nas primeiras duas horas em que elas estavam separando o lixo, o silêncio era sepulcral, então Aleksandra reconheceu alguns objetos; as correntes cores de cobre na qual ela fora espancada, os maçaricos com os quais a queimaram, e as garrafas quebradas com as quais ela fora estuprada. Foi então que ela percebeu a indireta com pedaços de humanos.            Ela começou a cavar desesperadamente pelo lixo, enquanto Rita encarava confusa. As lágrimas brotaram de seus olhos, ela procurava, como uma condenada, e após revirar metade do lixo, ela encontrou envolta num saco plástico vedado, um pequeno feto, ensangüentado, com o crânio perfurado. Ela chorou desesperadamente, ela soluçava, não conseguia respirar direito, ela simplesmente deitou abraçada com o seu bebê que não havia nascido. Aleksandra havia permanecido nessa posição por quase meia hora, quando dois guardas a pegaram pelos braços, e a fizeram ficar de pé, para presenciar a cena que, já estava acontecendo há quase 5 minutos. Ana Rita estava sendo abusada, por dois oficiais, Aleksandra, chorava presenciando tudo aquilo, por seu filho e por sua melhor amiga, que a havia protegido de tanto. Ambas gritavam e esperneavam, porém, Aleksandra não largava o seu bebê por nada. Foi assim, por duas horas, quando finalmente, os oficiais se cansaram. 

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