E é com uma simples garota que você começa a se sentir importante. Com a menina de poucos anos apaixonada. Os recadinhos escondidos no meu caderno. As ligações perdidas e o sorriso abobado nos lábios. Os lábios dela.
São os lábios de boca pintada de rosa em que me perco. É um beijo disfarçado de candidez e carinho. Um toque tão delicado e simples que me fazem sentir tua falta. Falta tua, dos teus braços. De me perder contigo.
Tão perdida nas artes e na literatura. Toca piano, flauta, teclado e violino. Tento te ensinar o violão mas você não gosta de tocar música de bar.
Nos bares, se senta comigo e me olha me embebedar. Sorri ao me carregar embriagado até o carro, me deixa na cama, tira os sapatos e dorme no sofá.
Me acorda com café e aspirina. Enche a banheira, me deixa no banho e vai trabalhar.
Vai para o circo, dança e treina. Me entrega os convites de tua próxima apresentação e vai pro chuveiro exausta. Sempre sorrindo.
Lhe faço a janta, você corta a gordura da carne e lava salada.
E em algum momento, te peço em casamento. Você aceita e vou morar contigo no seu apartamento. Vendemos o meu e nos casamos só no civil, porque você quer viajar. E viajamos, vamos para a Europa. Páris e Versalhes. E em algum castelo, você me passa um bilhetinho. Com a letra da nossa música nela.
Só sorrio com essas bobagens de garota que temos.
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