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Esquecidos na terra de Judas.

 - Teddy... Tô morrendo né?
 - Não diga besteira. Vou te tirar daqui.
 - Eu vou morrer nessa vala com cheiro de merda não é?
 - Para com isso!
 Theodore tenta ajeitar o amigo enquanto atira no inimigo.
 - Sabe... Vou morrer virgem. Que droga. Morrer virgem num campo cheio de merda.
 - Você. Não. Vai. Morrer.
 E a resposta do companheiro, foi somente enfiar o cano do rifle na boca e estourar os miolos. Teddy nem sabia o nome do cara que cuidou dele por toda aquela guerra. Um garoto de dezoito anos de idade, que sacrificou tudo que tinha por esse suicídio doentio. E foi assim que ele parou de atirar. Os outros soldados, viram o que tinha acontecido e também pararam, somente então começaram a limpar o lugar e hastearam a bandeira branca, que já tava suja e manchada. Arrumaram tudo, pois em uma hora os alemães estariam lá. E a velha cortesia inglesa implicava nisso. E somente nessa hora, que descobriram uns os nomes dos outros. Descobriram que Teddy já foi professor de educação física, descobriram um homem chamado Miguel que era espanhol e um bartender. Mas ninguém sabia do garoto que morreu. Uns disseram que ele era Tommy, mas ninguém confirmou. Chegaram a conclusão de que, ele era um estudante de psicologia. Principalmente pela incredulidade. E foi uma hora realmente agradável. Na realidade, foram duas.
 E três. Então eles, nos últimos segundos, ouviram os aviões. E esses segundos foram mais lentos que as duas horas. Foi nesse tempo, que viram, o porquê de terem demorado tanto. Uma carnificina ia começar. Sorriram um para o outro, prometeram em silêncio se encontrar num Pub e perguntar o nome do soldado qual o encontrassem. Afinal, certas ocasiões unem as pessoas, até se reunir numa vala de merda por um suicídio generalizado.

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