Acordou cedo demais. Não precisou ver o relógio para saber que havia dormido pouco, se remexeu muito na cama, mas o sono cismou em abandona-la.
Saiu da cama, cambaleou no escuro até achar o interruptor.
- Merda!
Era um prego ao invés do botão mágico que acende a luz. Decidiu sair do quarto escuro pra ver se já tinha alguma luz no mundo.
E o sol nascia. O céu estava alaranjado igual ao começo de Rei Leão, e a menina perdoou a sua própria vontade de voltar a dormir; diluiu o café solúvel no leite quente em sua caneca nova que ganhara de presente e ligou o rádio ao invés de escolher as músicas.
Tocaram músicas desconhecidas, músicas que ela jurou nunca mais ouvir de novo e canções que a lembravam de alguém que sabia que nunca iria esquecer. Cantou sozinha um pouco, mas com cuidado pra ninguém ouvir, saberia que ouviria bronca.
Subiu para o quarto, derrubando o leite na escada. Esquentou demais.
Olhou para o telefone portátil, riu baixo e pensou em acordar um certo cidadão. Decidiu que era melhor não e fechou os olhos. Podia ter abrido a janela pra aproveitar o sol, mas dessa vez o sono pediu desculpas e voltou.
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