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Lambada de Orixá

 Passei a base e o pó para a pele aparecer aveludada; sombra roxa e rímel, os lábios normalmente um rosa pálido viraram quase marrons; perfume no pescoço e xale no decote. Só não passei blush porque as bochechas já estavam febris demais.
 Apoiado meio torto na porteira ele me fazia charme, me vinha com um terno branco, lenço vermelho no bolso e um buquê de rosas na mão. Me cheirou o colo e sussurrou um elogio.
 Fomos pro baile, onde ele dava risada com os companheiros e eu sambava tímida com as minhas amigas, na hora da valsa me tirou e dançou colado comigo. Me beijava atrás da orelha e jurava tudo o que eu queria ouvir; quando fomos todo mundo pro boteco ele discursa e me pede em casamento. Choro, borro a maquiagem dos olhos e ele tira a maquiagem da boca. Só a face que continuou rubra.

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