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Bloqueio cultural

 Tivemos todas as oportunidades de nos reinventar, mas ninguém nunca tentou nada. Com o mesmo olhar indiferente ela me soltava um sorriso que poderia ser sincero se não fosse tão automático, eu tocava Cazuza como uma forma estranha de chamar atenção enquanto Ramones tocava nos fones de ouvido.
 Passeei de noite, procurando qualquer outra companhia, não precisava troca de saliva, somente algum corno no bar para me fazer companhia junto com José Rico e Milionário, pedia conselhos para as minhas amigas lésbicas que pensavam que eu devia pedir o término; mas elas gostando de garotas entendiam o fascínio que o tédio pode exercer, a boca de chiclete e os olhos com sombra lilás e o certo desprezo. Quem sabe se eu a desprezasse daria no mesmo? Provavelmente não, ela não tinha tanto o que perder quanto eu. Era mais que companhia sexual o que ela me dava. Eram os demônios para perseguir.

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 - E se terminarmos? Você sabe que tem chance, uns oitenta e oito por cento, eu diria. Digo, eu provavelmente não sou o grande amor da sua vida.  - Então porque estamos juntos? Se tem tanta chance de terminarmos.  - Porque, nesse momento, agora, você é o amor da minha vida. Prefiro viver o presente, não gosto de "e se".

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Apesar de tudo. De todas as mudanças de todos os sutiãs queimados; as mulheres permanecem com a mesma função. Manter um lar. Sorrir quando tudo estiver caindo, engolir as lágrimas e sorrir. Oferecer os ombros para carregar o peso que os homens em toda sua masculinidade e orgulho, se recusam a admitir que não agüentam. Será assim até o fim dos tempos. Os homens lutarão, se armarão, porém as mulheres os manterão. Mesmo que não os homens, mesmo que amem outro, elas continuarão lá. Com ou sem roupas intimas.