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Valley Boy

 O gosto do cigarro que fumei essa manhã me acompanha de madrugada já. Garoa sobre os meus ombros, sobre os prédios e a rua solitária. Não me considero uma companhia muito boa.
 Olho pra cima procurando alguma estrela, mas é claro a poluição não deixa. Trocamos oxigênio e constelações por arranha-céus e redes de celular. Oh deus, se soubéssemos. Me perguntaram se eu pudesse voltar no tempo o que eu faria, mataria o primeiro homem que cercou o primeiro pedaço de terra.
 Pago setenta centavos num único cigarro em um boteco para perceber que ele estava úmido. Trago o negócio de qualquer jeito, acendendo ele com um garoto fumando maconha na esquina. Um ruivo de olhos azuis. Sento com ele e ele vai embora. Espero a noite passar antes de voltar para casa. Setenta e duas horas devem ser o suficiente para deixá-la preocupada.

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Apesar de tudo. De todas as mudanças de todos os sutiãs queimados; as mulheres permanecem com a mesma função. Manter um lar. Sorrir quando tudo estiver caindo, engolir as lágrimas e sorrir. Oferecer os ombros para carregar o peso que os homens em toda sua masculinidade e orgulho, se recusam a admitir que não agüentam. Será assim até o fim dos tempos. Os homens lutarão, se armarão, porém as mulheres os manterão. Mesmo que não os homens, mesmo que amem outro, elas continuarão lá. Com ou sem roupas intimas.