Se fez de dona do meu apartamento. Roubou minha camiseta e queimou o café, fez uma bagunça desgraçada. Não vi nada disso, mas conheço a dona do meu coração. Primeira vez que acordo e a vejo do meu lado. Pernas cruzadas, sorriso tranquilo me esperando despertado.
- Você aqui?
- Ué, tantas vezes que já me deitei na tua cama e ta surpreso que estou aqui?
- É a primeira vez que você fica aqui na manhã seguinte. Não tem mais ninguém hoje?
- Não seja malvado, você mesmo disse que podia. Você teve também outra moça.
- No singular, e você nem se quer se importou com o fato de eu quase me apaixonar.
- Claro que me importei. - Ela pula em cima de mim daquele jeito que pessoas de filmes fazem - Só que era segredo.
Não estava bravo. Só magoado. Faz parte não é? Uma dor aqui, outra lá, beijar outros lábios tentando esquecer. Tomo um gole do que quer que estava na sua caneca. Água.
- Ué, não fez café nem nada?
- Casa tua, suas regras.
E faço o café da manhã enquanto ela senta na bancada e me olha com os olhos de menina. Um olhar de expectativa. A dor passou com aqueles olhos. Me distraio com os cabelos bagunçados e o pescoço marcado dela (marca minha dessa vez).
- E então, é amor?
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