Meia hora esperando. Uma rosa na mão com um ar patético, tinha até quebrado a flor do tanto que eu havia mexido nela pra passar o tédio. E só vejo ela de mãos dadas e com a mão de outro na cintura dela. Se despede dele com um beijo na testa e caminha até minha humilde presença.
O mesmo beijo que despediu-o, cumprimentou-me.
- Odeio admitir querida, mas esse olhar triste combina com os seus olhos. - Gabriela se senta do meu lado e a essência de baunilha vem junto com ela. A pele brilhando de hidratante e os lábios vermelhos de exercício.
- Você que o veste em mim.
A máscara dela se desfaz com um olhar que julgo ser sincero de arrependimento. Ela pega a minha mão e deixa-as entre o vão entre eu e ela no banco no colégio. Aproveitava quando ninguém via para brincar com meus cabelos curtos, enquanto eu deitava nos longos dela posicionados em seu ombro. Arrisquei marcá-la com o meu batom em sua bochecha.
Um pulo para o lado e um olhar de raiva foram a minha resposta.
- Quê pensa que está fazendo?
- Te amando.
- Doida!
- Você só me ama entre quatro paredes, entendo. - Eu pensei, não disse.
A resposta dela é beijar minha mão quando ninguém vê. Trocamos aquele olhar que é o resultado de milhares de conversas. Maria Gabriela namora João e é amante de Marina. João sabe e não liga, mas é segredo pro mundo todo. Peço toda semana para ser minha namorada, toda semana ela diz "agora não".
- Eu te amo - Sussurro.
- Eu amo João.
- E eu?
- Amo mais, mas tô com João.
Choro com o travesseiro, conto tudo pro doutor e pra ela também. Ela chora na minha frente e me beija no escuro mas não faz nada. Afinal, mamãe bateria se ela me amasse ao invés de João.
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