Para a minha correspondente favorita.
Olá Menina Nina. Ando pensando muito em você, principalmente em suas pinturas. Não entendo muito de arte, mas atrevo-me a dizer que você é a nova Van Gogh. Adorei a maneira que você misturou as cores quentes e as frias. Por favor, me avise quando forem para uma exposição. Farei o melhor para poder ir. A melhor maneira de conhecer-te seria perto de suas obras, uma beleza perto de outras, certo? E por falar nisso querida, me mande alguma foto. Não da maneira que pensa, temo que fiz uma péssima imagem de mim mesmo para ti no último semestre, mas é que te pinto de uma maneira angelical até demais. Temo que se ver-te apenas em Paris, como nós sonhamos, irei me apaixonar irremediavelmente por você. Sinto que traio a minha esposa apenas por mandar-te essas cartas que acabam virando declarações. Bem, ela está grávida. Mais um garoto em minha vida, Roberto está ansioso por um irmão mais novo. Estranho te falar isso, afinal estou te transformando na Outra aos poucos. Me dê notícias, como sempre, me importo contigo.
Olá Menina Nina. Ando pensando muito em você, principalmente em suas pinturas. Não entendo muito de arte, mas atrevo-me a dizer que você é a nova Van Gogh. Adorei a maneira que você misturou as cores quentes e as frias. Por favor, me avise quando forem para uma exposição. Farei o melhor para poder ir. A melhor maneira de conhecer-te seria perto de suas obras, uma beleza perto de outras, certo? E por falar nisso querida, me mande alguma foto. Não da maneira que pensa, temo que fiz uma péssima imagem de mim mesmo para ti no último semestre, mas é que te pinto de uma maneira angelical até demais. Temo que se ver-te apenas em Paris, como nós sonhamos, irei me apaixonar irremediavelmente por você. Sinto que traio a minha esposa apenas por mandar-te essas cartas que acabam virando declarações. Bem, ela está grávida. Mais um garoto em minha vida, Roberto está ansioso por um irmão mais novo. Estranho te falar isso, afinal estou te transformando na Outra aos poucos. Me dê notícias, como sempre, me importo contigo.
Com açúcar, Francisco Moraes.
Cinco de Abril de 1999.
Ao meu leitor de estante.
Fui para Paris e você não estava lá. Nem minha cidade favorita foi o suficiente para matar as saudades. Até me atreveria a ir para o Brasil, mas temo que Juliano já deve ter nascido a esse ponto. E seguem as fotos. Fiz uma seleção, porque pintei muito o meu cabelo nesse último ano. Não gosto muito de estabilidade, não combina comigo. Ouvi os cds que me mandou. Me apaixonei pelo compositor que divide o teu nome, apesar de não entender português tão perfeitamente. Gostaria de te recomendar algo, mas não conheço tanto assim. Porém lhe digo para ler Nabokov, é a minha maneira de ser nacionalista. Me formei em artes, finalmente. Tem uma revista que quer que eu seja ilustradora deles, o que pode acabar com que eu me mude para a Suécia. Um país frio como o meu, só que falam que é mais calmo. Espero que não seja, não conseguiria ficar quieta que nem você tanto diz fazer. Você não me aguentaria, eu corro muito. Corro de uma maneira bonita até, me sinto como se estivesse em um filme. E lancei um comercial de fraldas. É bem bonitinho, uma garotinha de fralda está dançando ao som de uma canção de ninar no que seria uma festa e um garotinho a chama pra dançar. Eles dançam e acabam dormindo no final. Vi ele umas 5 vezes na televisão só essa semana. Te mando fotos também do antigo palácio imperial, de São Petesburgo. Quem saiba você comece a compreender o porquê da revolução.
Infelizmente sua, Ninya.
Vinte de Abril de 1999
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