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Bem-me-quer, Mal-me-quer

 - O quê o senhor procura? - Perguntou a atendente bonita.
 - Dois ramalhetes.
 - Um pra esposa e um para a amante?
 - Não! - Respondeu o homem, ofendido. - Um para minha mãe e um para minha filha. 
 - Ah, perdão - Ela respondeu, olhando para baixo e sorrindo, envergonhada. - É costume perguntar isso quando um homem pede dois arranjos. O quê pretende dar para elas? Qual a ocasião?
 - Aniversário da minha mãe e formatura da minha filha. Ensino médio.
 - Tem uma foto delas?
 E ele mostrou. Foto dele abraçado com a mãe, uma senhora aparentemente simpática. E uma foto da filha sorrindo. Roqueira/gótica. Sabrina sorriu. 
 - Dê tulipas para sua filha. Brancas. E para sua mãe, Lírios.
 Ele o fez. 

***
 - Sabrina. Quanto tempo...
 - Pois é Jorge. Vai querer o quê?
 - O de sempre...
 - Você sabe não é? Tem que superá-la. 
 - É mais difícil do que você pensa. 
 - Eu sei querido... Buquê de cravos então?
 - Claro...
 - Trinta reais. 
 - Obrigada. 
 O Senhor cabisbaixo saiu lentamente da loja.

***
 O namorado de Sabrina apareceu. Sorrindo. Segurava um buquê de rosas com sálvia.
 - Flores, José?
 - Sei que você gosta delas. 
 - Não vou mais fingir que você não me conhece.
 Se beijam. Ele entra na loja, e a ajuda ela a terminar de arrumar as coisas. Afinal, ele quer sair para um lugar legal. 

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