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Além de palavras bonitas: um pouco de justiça.

 - Lúcio?
 - Quem é o senhor?
 - Ah, não se lembra de mim. - Sorriu ironicamente o homem. - Também, porque deveria? Dormiu com minha mulher, não comigo.
 - Ah... Você é o Arnando? Que nome horrível.
 - Também acho. Posso me sentar?
 - O quê você quer?
 - Por enquanto, me sentar. Me serve uma bebida?
 - Se eu não tiver?
 - Saberei que está mentindo. Afinal isso é um bar. Bares sempre tem bebida.
 - Uísque?
 - Com gelo.
 - Vou te acompanhar.
 Beberam em silêncio. O rapaz teso. O homem sorrindo.
 - O quê você quer?
 - Conversar sobre minha esposa.
 - Não vejo ela há 3 meses.
 - Sei disso.
 - Se ela estiver te traindo, não é comigo.
 - Ela deve estar. Mas a questão não é essa.
 - É qual?
 - Ela não está mais feliz. Não é na questão sexual.
 - É o quê? Emocional?
 - Basicamente.
 - Por quê?
 - Ela sente sua falta.
 - Como sabe que é a minha? Ela me traia também, sabe? Somos um casal de cornos.
 - Você deu um medalhão, pra ela, certo? Um de bijuteria. Prata barata.
 - Sim, e daí?
 - Ela não usa a aliança que dei pra ela. Mas usa o seu medalhão.
 - Ciúmes?
 - Muitos. Mas, por favor. Volte pra ela.
 - Por quê?
 - Você também a ama.
 - Vai largar ela?
 - Não posso. Não consigo. Ela precisa de um homem. Alguém estável.
 - Vai me deixar ficar com ela?
 - Já me preparei para me mudar.
 - Você é louco. Ou idiota.
 - Os dois.

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