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Tudo é porque não há o quê ser

 Já fazia um tempo que eu estava com aquela garota. Dois meses mais ou menos. Talvez mais. Não prestava muita atenção. As coisas passavam muito rápido com ela. Ainda lembro de quando nos conhecemos. Ela estava correndo para ir pegar o ônibus. Nem parecia uma garota. Parecia mais uma salsicha preta pulando. Era meio patético. Minto. Era extremamente patético. E também mentirei se falar que não notei ela quando ela entrou no ônibus. Digo... Ele estava vazio. 
 Então reparei nela. Baixinha, cabelos pretos longos e lisos. Pele clara. Sobrancelhas modeladas, dentes brancos. Bonita. Não linda, uma beleza meio artificial, mas bonita.
 E tudo começou quando ela sentou do meu lado. O meio de transporte público estava completamente vazio, a não ser por eu, ela, o cobrador e a motorista. O quê é muito estranho, digo, é Curitiba. As pessoas não socializam por aqui. Não as três da madrugada em um alimentador qualquer.
 Passamos a noite num bar. Amanheceu. Liguei para ela a manhã seguinte. E foi assim por 60 dias. Ou seriam 75? Não faz diferença. Porém no último dia, uma coisa incrível aconteceu. Ela me quis querer ficar. E então, eu digo isso como "último dia" porque foi realmente o último dia que estive livre. Devia ter escutado meu pai, nunca se case com uma mulher que você não sabe quem são os pais. Mas no caso dela, eu nem sabia a idade. Contanto que eu estivesse com a barriga cheia, cerveja na geladeira e uma vida sexual ativa estava valendo. 

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