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Kiss of Blood


Marie Anne abriu os olhos, ainda sonolenta. Tinha tido um ótimo sono, mas não se sentia descansada. Já estava acostumada com aquele sentimento. Abriu o seu caixão e ligou seu rádio.  Ficou alguns momentos em silêncio, apreciando as mais belas palavras de Manson:
“Some of them want to use you
Some of them wanna get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused”
Tirou a sua camisola e se vestiu, mantendo em mente que teria o aniversário de Lorrane naquela noite.  Sorriu imaginando como seria a reunião, provavelmente seria uma orgia com alguns humanos; seu corpo se arrepiou com a cena; vários garotos e garotas humanos nus, lindos, lhes proporcionando prazer, e no final da noite, ela e o resto dos convidados matariam e beberiam o sangue de tais seres.  Mordeu os lábios e contraiu as pernas imaginando a cena, nem se lembrava da última vez em que pudera tomar sangue de qualidade, e sempre soube que Lorrane tinha um gosto extremamente refinado.
Vestiu um vestido negro de paetês pretos e prata, uma sandália dourada de salto, uma pequena bolsa de mesma cor de seus calçados, o vestido acabava um palmo antes de seus joelhos, era justo e deixava suas costas nuas; realçando seu corpo em todo o que era possível. Marie Anne era alta, pele branca, longuíssimos e sedosos cabelos negros e, obviamente, olhos vermelhos de um tom de rubi extremamente precioso; porém o que mais se destacava, não era a cor deles, mas sim sua expressão; olhos extremamente curiosos, como os de uma criança, porém repletos de malicia, psicopatia, e uma sabedoria obscura. Deu um suave giro, para tentar visualizar-se. Estava linda, obviamente.
- Tom? – Ela chamou - Já estou saindo querido...
Em questão de segundos, o belo, forte e bronzeado rapaz estava lá. Ela sorriu ao ver o seu criado, puxou-o para perto e beijou-o, acariciando suas costas, mas não o deixou ir antes de tomar um último gole de seu pescoço. Fincou-lhe os dentes e suspirou, ao sentir o sangue, quente e suave tomando lugar em sua garganta. Sorveu dois goles, tendo que se controlar para não matar o pobre rapaz. Ele já era o quarto do ano.
Percebeu que ele também estava excitado, ela se orgulhava. Era uma boa patroa, sempre tratou os rapazes e garotas que tinha bem. Sempre cuidando para não matá-los.
- Avise Ronald que eu volto antes do amanhecer, por favor? – Ela pediu sorrindo, não gostava de deixar o seu companheiro em casa sozinho sem avisá-lo, mas Lorrane era Lorrane. – Se ele perguntar, estou na casa da Srta. Hargles.
Tom somente assentiu, numa comportada e devotada reverência, e foi abrir a porta para a sua ama.
Em uma fração de segundo, ela se metamorfoseou e passou voando pela porta; em questão de segundos, Marie Anne já se encontrava a 100 metros de altura. Ela não gostava de voar, mas como estava atrasada, era o método mais eficaz. Sempre teve uma admiração pelos humanos, tudo o que eles criaram como sobreviveram. Mas é claro que sempre havia aquele riso sarcástico no fim. Nunca perceberam que os vampiros conviviam com eles, é muita cegueira para somente uma raça. Em questão de minutos, ela chegou na casa de sua “irmã”.

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