Lorrane e Marie Anne haviam sido criadas pelo mesmo, seu nome era Ludwig, ele mesmo havia se batizado assim, em homenagem a Beethoven. Ela sempre sorria quando ela se lembrava do por que desse nome, ele havia dito “Beethoven criou coisas e obras magníficas, simplesmente perfeitas” e dois minutos depois, quando ela ficou consciente de novo, ela havia se transformado numa nova criatura. Era mais forte; mais pálida; mais bela; mais sábia; e mais temível. Ludwig nunca lhe revelara seu nome verdadeiro, mas também não importava. Para ela, não importa o que ele fizesse, sempre seria Ludwig, seu criador, e também seu objeto de desejo. Ronald, seu companheiro, não era Ludwig. Ele era somente... Um amigo... Que sabia tudo sobre ela, principalmente sobre seu criador, claro, eles transavam. Com muita frequência, porém com Ronald ela sentia a necessidade de outros, somente por estar perto de Ludwig, ela sentia-se patética. Era muito automático sorrir ao pensar nele.
- Você demorou sabia? – Disse Lorrane mordendo o lábio e sorrindo quando foi atender a porta para sua irmã. – Pensei que não vinha mais...
Lorrane era simplesmente o ser mais belo que já se fora visto. Mesma altura que Marie Anne, porém, seu corpo era muito mais perfeito por assim dizer. Seus seios eram perfeitos, nem muito grandes, mas longe de serem pequenos. Suas curvas eram suaves e impecáveis, seu rosto transmitia medo, seus olhos eram puramente profundos, hipnóticos, e sua boca em formato de coração que era tão obsessivamente viciante quanto uma mistura de crack com sangue. Seu cabelo era loiro, dourado e encaracolado em cachos tão perfeitos e leves que poderiam ser confundidos com moedas de ouro; Marie Anne perdia o fôlego somente de ver a irmã. Ela vestia uma bata leve de renda cor de creme e shorts de couro preto, salto vermelho de veludo completava tudo, e o colar com uma pérola solitária que o parceiro dela lhe havia dado há 200 anos, quando começaram a viver juntos. Apesar das várias semelhanças que possuíam Lorrane e Marie Anne possuíam quase seis séculos de diferença, neste dia em questão Lorrane comemoraria seus oitocentos anos de idade, e Marie Anne no mesmo mês, seus duzentos. Lorrane era a sua mentora; era o que pensava Marie Anne, sua irmã mais velha. Ela havia lhe ensinado tudo.
Como resposta Marie Anne somente puxou sua irmã contra si mesma e a beijou. Sua boca procurava pela a dela, com saudades e malícia fraternais. Lorrane explorava o corpo de sua irmã com seus lábios e mãos, ela mordiscava o pescoço e ombros dela, enquanto Marie Anne já retirava a blusa da irmã. Após ficarem na porta por quase quinze minutos, Lorrane empurrou a sua convidada de honra para a festa.
Quando acordou, Marie Anne viu que ela estava jogada no chão do salão da casa de Lorrane. Ela estava nua, repleta de sangue e cercada de humanos. Alguns mortos, outros dormindo. Tinha uma garota ao seu lado que lhe surpreendeu. Ela estava acordada e sorria para ela, enquanto acariciava seu rosto. Ela era linda, cabelos castanhos curtos, magra, olhos azuis... Que estavam se tornando vermelhos.
- Eu te transformei?
Ela somente assentiu, sorrindo. Foi nesse momento em que ela percebeu que Ludwig estava lá, sentado numa cadeira, olhando para ela, sorrindo daquela situação. O sarcasmo em seus olhos era evidente, porém também havia neles um brilho, como uma espécie de orgulho.
- Pensei que você nunca fosse criar alguém.
- Há 3 segundos eu pensava exatamente o mesmo.
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